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Corp´a´screver: Maraíza Labanca

Por Brenda K. Souza e Fernanda Maia





Esta é uma série de entrevistas com mulheres que escrevem. Partindo de um contexto de discussões literárias para a prática da escrita, ouvimos as vozes de escritoras contemporâneas – de atuações distintas – que falam sobre suas percepções e processos. O que é uma mulher escrevendo? Pensamos juntas, quem ouve e quem fala, sobre o espaço literário, o contexto editorial, o corpo na escrita, e tantos outros caminhos que percorrem a experiência de escrita dessas mulheres.

Os registros são de maio de 2016 e, nesses quase quatro anos que se passaram, as entrevistas não vieram a público por motivos que não cabem nesta descrição. Revisitamos as conversas e embora faça tempo – falar de poesia, de corpo, de movimento não cessa, é necessário.



***



excêntrico


há uma leveza,

há uma leveza neste chapéu que se lança

como quem ensaia uma despedida

do que no solo se fixa,

e ser possível o passo — o salto — a dança —

no ritmo do que se vale e não


do chão: desvio.

há uma leveza, medida pelo sem medida,

no centro lançado — versos que espaçam


na medida do vivo —


ao longe, mas ao lado,

ao lado do abismo.



impasse


embaraçou-se fio a fio

até que, amarrada,

desvencilhou-se dela.

a via difusa, a vida inteira:


(e meu corpo,

meu corpo,

meu corpo)


— grande anomalia.


(poemas extraídos do livro Rés, Erick Costa e Maraíza Labanca,

Cas'a'screver (Cas'a Edições), 2014)







 

Maraíza Labanca é escritora e doutora em Estudos Literários pela UFMG. Publicou os livros: Refratário (2012), Rés - livro das contaminações (2014 - com Erick Costa), Partitura (2018) e Exceto na região da noite (2019). É também uma das editoras da Cas´a edições e trabalha com oficinas de escrita no Espaço a´mais.


Brenda K. Souza (1992), ribeirinha de Pirapora- MG, é mestra em Literatura Brasileira pela Universidade Estadual de Montes Claros. É escritora, revisora e editora da revista literária Cupim. Publica espaçadamente em revistas, jornais e periódicos desde 2014 e lança agora o primeiro livro ao mundo, Ebó (2021).


Fernanda Maia é nascida em Montes Claros - MG (1994), formada em Letras e Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Estadual de Montes Claros. É professora na zona rural de Diamantina (MG), trabalha com escrita, ilustração e audiovisual. Convive com plantas e se interessa por pensar imagem e poema.



1 Comment


Antonio Angelo Oliveira
Antonio Angelo Oliveira
Mar 08, 2021

Bom ouvir assim alguém amante e praticante da Poesia a falar do processo de suas criações. Raridade, nestes tempos de neo-informatismo, a possibilidade destes remansos, onde se percebe a boa contaminação pelo vírus da Arte. Parabéns!

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