Por Brenda K. Souza e Fernanda Maia
Esta é uma série de entrevistas com mulheres que escrevem. Partindo de um contexto de discussões literárias para a prática da escrita, temos as vozes de escritoras contemporâneas – de atuações distintas – que falam sobre suas percepções e processos. O que é uma mulher escrevendo? Pensamos juntas, quem ouve e quem fala, sobre o espaço literário, o contexto editorial, o corpo na escrita, e tantos outros caminhos que percorrem a experiência de escrita dessas mulheres.
A entrevista aconteceu em maio de 2016, mês marcado pelas manifestações na rua contra o impeachment da então presidenta Dilma Rousseff, e pelo frio que se iniciava no Sudeste. Conversamos com quatro escritoras contemporâneas, uma delas, Júlia de Carvalho Hansen, que à época havia acabado de lançar o Seiva, Veneno ou Fruto.
Júlia nos recebeu em São Paulo, em seu local de trabalho, cercado de árvores por fora que faziam composição com a mulher enorme de dentro. Sua voz ocupava o inaudível daquele espaço: grave, potente, longa clareira exposta, como denunciava o ritmo de seus poemas. O encontro foi leve, simples, audível no melhor dos sentidos e ocupado, no final, da leitura e da voz.
Nesses quatro anos, as entrevistas não vieram à público por motivos que não cabem nesta descrição. Revisitamos a conversa e embora faça tempo – falar de poesia, de corpo, de movimento não cessa, é necessário.
Agradecemos a Júlia de Carvalho Hansen pela disponibilidade de antes e pela generosidade de agora de permitir que o material fosse divulgado.
Júlia é poeta, astróloga e editora da Chão da Feira. Estudou literatura na Universidade de São Paulo e na Universidade Nova de Lisboa. Tem livros publicados no Brasil e em Portugal, sendo o mais recente deles Romã (Chão da Feira, 2019).
//// Ficha Técnica
Argumento e entrevista: Brenda K. Souza e Fernanda Maia.
Vídeo, edição e áudio: Fernanda Maia.
Ilustração: Marco Marinho
com traços de Fernanda Maia
e foto de Ilana Lichtenstein
Gostei da entrevista com a Júlia de Carvalho Hansen. Belo trabalho!
Vou procurar lê-la, uma vez que não a conhecia.
Parabéns, Garotos!